4.c) Variabilidade genética
Um dos motivos essenciais de discrepância entre a Teoria de Darwin e a Evolução Condicionada da Vida –ECV– é a fonte ou origem de variabilidade genética, modificações do código genético ou deriva genética.
Para a primeira, a origem da variabilidade genética é de caráter aleatório enquanto a segunda considera impossível, do ponto de vista lógico, que assim seja. Portanto, para a Evolução Condicionada, essas modificações têm que ter um caráter dirigido e, consequentemente, uma finalidade.
Por outro lado, assinalar que a genética atual está interatuando no código genético do ADN sem saber as consequências que uma modificação do mesmo pode ter.
A regulação genética atual é algo parecido à modificação de um programa de computador sem conhecer a sua estrutura, nem as suas funções, nem a linguagem da sua programação na sua globalidade. Não é minha intenção exagerar em absoluto os riscos que a engenharia genética possa implicar, sem dúvida existem, mas penso que são realmente pequenos.
Quando se modifica um programa, pode deixar de funcionar, mas é difícil criar um vírus informático por acidente. Com a variabilidade genética aleatória ou por acidente deveria ocorrer a mesma coisa, o novo ser seria inviável, mas nada mais. Um tema diferente seria o desenho intencional de problemas genéticos tipo guerra bacteriológica.
Do mesmo modo, é de supor que, quanto mais de conheça o funcionamento do ADN, mais fácil será chegar à certeza da impossibilidade de que sistemas tão complexos e perfeitos tenham surgido como consequência de uma variabilidade genética aleatória. Também tenho a impressão de que as variações na informação genética se continuam a considerar aleatórias porque não se conhecem as causas das mesmas nem a sua distribuição estatística concreta e não porque esteja demonstrado o seu caráter aleatório.
4.c.1. Conceito e definição de gene
Ao contrário da genética clássica, hoje é difícil dar uma definição de gene, o funcionamento do genoma é mais complicado do que pensavam os biólogos há muito poucos anos.
Utilizarei o conceito de variabilidade genética ou modificações do código genético restringido no sentido de me referir àquelas modificações do código genético que se produzem nos genes que se transmitem à descendência ou recebem dos progenitores.
Esta restrição é importante visto que, como sabemos, todas as células contêm o código genético inteiro do indivíduo. É possível que uma modificação genética tenha origem numa célula ** que não tenha funções reprodutivas, o conceito aqui utilizado incluirá estas modificações na medida em que acabem passando para o sistema reprodutor por qualquer método que possa existir.
Logicamente, até à data não se admite a possibilidade de que nenhum método possa existir.
Outro esclarecimento que convém realizar é a utilização da expressão “mudanças num gene” ou semelhantes, para fazer referência a expressões do tipo “modificações do código genético ou informação genética a transmitir aos descendentes ou recebida dos progenitores”, evitando-se a sua repetição demasiadas vezes.
Esta utilização prática evitar-se-á na medida do possível mas, por vezes, simplifica os raciocínios; inclusivamente vou utilizá-la para me referir a informação genética que poderia estar localizada em distintos genes, quando esta circunstância não seja relevante.
Normalmente, temos a ideia de informação genética e variabilidade genética como algo muito complicado: a estrutura molecular tridimensional do ADN, etc. Convém, pois, assinalar que o conceito que aqui foi utilizado é perfeitamente assimilável a outros conceitos muito mais comuns da vida diária e seguramente mais úteis na hora de continuar uma argumentação mais ou menos complexa.
Esta equivalência deve-se a que a análise realizada em relação à informação genética e à variabilidade genética é de caráter funcional e não dos mecanismos moleculares que utiliza a natureza.
A este efeito podemos citar alguns exemplos:
Código de um programa de computador.
Mapas e definições técnicas de um edifício.
Conjunto de definições técnicas que permitem a fabricação de um carro.
Instruções de manejo de qualquer tipo de aparato mais ou menos complicado.
4.c.2. Classificação da variabilidade genética
A variabilidade genética pode classificar-se a partir de vários pontos de vista; não tentarei, de forma nenhuma, ser exaustivo na sua classificação; o que se pretende é dar uma ideia das muitas possibilidades existentes na hora de classificar e mostrar as mais relevantes que me surgiram na análise da evolução.
Variações genéticas derivadas dos objetivos do sistema evolutivo.
Melhoria da eficácia.
Melhoria das características dos materiais: proteínas novas
Racionalização e simplificação da estrutura do código genético
Melhoria da eficácia funcional de qualquer elemento da informação genética
Garantia e segurança.
Provocar variações genéticas para cobrir diferentes circunstâncias meio ambientais.
Associar para além da informação genética a condição de estrutural para saber as consequências que poderia trazer uma futura modificação ou variação da mesma.
Manutenção de informação genética não operativa para usos possíveis posteriores
Coerência e compatibilidade.
Associar a condição de verificação com a informação da outra fonte nos casos de diferenciação sexual.
Desenvolvimento paralelo ou equilibrado de funções de genes com caracteres complementares.
Otimização.
Efetuar modificações da informação genética arriscadas confiando no mecanismo posterior da seleção natural para o caso de não-êxito.
Variações genéticas destinadas a ampliar as possibilidades de uso dos mesmos mecanismos ou funções do novo ser.
Pelos métodos de evolução genética de que formam parte ou nos que se apoiam.
- Tentativa e erro
- Seleção natural
- Verificação exaustiva
- Verificação parcial
- Diferenciação sexual primária endogâmica e outras variantes
- Diferenciação sexual
- Verificação externa da informação genética
- Cópia de segurança ou arquivo histórico
Pela causa ou origem da variabilidade genética.
- Acidental ou mutações aleatórias / dirigida
-
Interna / externa (ao indivíduo). A primeira seria o conjunto de melhorias no código genético que se produzem como consequência da aprendizagem, trabalho e experiência durante a vida do indivíduo e anterior à transmissão da informação genética
- Endógena (lógica do sistema genético) / exógena (fatores meio ambientais)
Pela natureza da sua expressão.
- Código operativo / não operativo. (ADN “lixo” Termo muito apropriado)
- Discretas / contínuas
- Restritiva (Condição de verificação externa...) / aditiva / especiais
- Variações de genes com caracteres complementares / independentes / dependentes
- Imediatas / longínquas (confirmação em várias gerações)
- Momentos iniciais (do novo ser) / posteriores
- Visíveis (escala macro) / (não visíveis (escala micro)
Pelos mecanismos de variabilidade genética.
- Aleatórios / desenho
- Aleatórios pré-determinados (só entre opções) / aleatórios puros. Simples / complexos